segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Cientistas Recuperam Áudio de 125 Anos- A Voz de Graham Bell??


Material recuperado pode ter a voz de Graham Bell.
 Uma equipe de cientistas do Lawrence Berkeley National Laboratory  conseguiu recuperar, usando recursos de tecnologia de digitalização óptica 3D, o som de vozes em antigas gravações realizadas no laboratório de Graham Bell.

O material havia sido gravado há 125 anos por pesquisadores que trabalhavam no chamado ‘Volta Laboratory’, laboratório criado por Alexander Graham Bell  em Washington, Estados Unidos, com objetivo de servir às pessoas com dificuldades auditivas.  


O objetivo dessas gravações realizadas pela equipe de Graham Bell era tentar melhorar a qualidade do fonógrafo, aparelho inventado por Thomas Edison em 1877 que permitia gravar e reproduzir áudio.

fonógrafo inventado por Edison era constituído por um cilindro com sulcos coberto por uma folha de estanho. Uma ponteira aguda era pressionada contra o cilindro que, conectado a um cone, conseguia captar e registrar sons a medida que ia girando. Quando a gravação estava pronta, era possível ouvi-la girando o cone novamente devido a ação de uma agulha que percorria os sulcos e reproduzia as vibrações no cone.

As gravações realizadas no laboratório de Graham Bell haviam sido feitas em vários suportes (mídias) a medida que sua equipe tentava melhorar a qualidade de som do fonógrafo,  na época recentemente inventado por Thomas Edison.

Graham Bell,  famoso por ser considerado durante muito tempo inventor do telefone (em 2002 o governo americano reconheceu que o legítimo inventor do telefone foi o italiano Antonio Meucci )  enviava periodicamente o resultado de suas experiências para o Instituto Simthsonian, como precaução contra a possibilidade de roubarem suas idéias. 

 O problema é que essas gravações que ficaram sob a custódia do Instituto Smithsonian não podiam ser reproduzidas pois os dispositivos que tornariam isso possível não haviam sido enviados por Graham Bell.
Isso fez com que essas gravações permanecessem inéditas por 125 anos.

No entanto, agora, graças a novas técnicas de escaneamento óptico essas vozes podem ser novamente ouvidas.

Os especialistas em restauração de áudio, Carl Haber e Earl Cornell, em conjunto com especialistas de conversão digital,  usando uma combinação de hardware / software chamado sistema IRENE/3D,  conseguiram, primeiro obter imagens de alta resolução dos cilindros ou discos giratórios.
Em seguida,  eles removeram erros causados por danos que os discos ou cilindros sofreram ao longo do tempo.

Para extrair então o áudio original, eles simularam a ação da agulha se movendo sobre os sulcos através de um programa de computador  que lia as imagens digitalizadas em 3D.
Com esse sistema, as gravações iniciais puderam ser obtidas novamente sem que se precisasse sequer tocar no material original, o que poderia danificá-lo durante esse processo.

Com essa técnica inovadora, a equipe do Lawrence Berkeley National Laboratory  foi capaz de ouvir vozes humanas recitando Shakespeare, ou ainda lendo um livro ou um jornal há mais de um século.

Uma outra característica do sistema IRENE/3D,  desenvolvido em Berkley  há quase 10 anos,  é a capacidade de digitalizar discos feitos de vários materiais. O material disponibilizado pelo Instituto Smithsonian, por exemplo, possui discos feitos de cera e alguns de vidro, o que teria exigido um equipamento específico para ouvir o que  cada uma dessas mídias tem gravado.

A equipe já conseguiu reproduzir  até então as gravações de seis discos, mas ainda há cerca de 400 outros no acervo da Smithsonian, além de vários cilindros tanto originários do laboratório de Graham Bell como de outros.

Em relação ao material gravado já recuperado, não se pode afirmar com certeza se alguma das vozes seja de Graham Bell. Mas essa é uma hipótese bastante provável uma vez que a maioria dos historiadores concordam que a equipe de Graham Bell era composta por ele, seu primo Chichester Bell e Charles Sumner Tainter.



Um exemplo do áudio restaurado pode ser obtido no link abaixo:


Imagens:
Disco e foto de Graham Bell – Crédito: Library and Archives Canada
Laboratório Volta – Crédito: DC SHPO


Fontes:

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